terça-feira, 3 de junho de 2008

MENTIRAS E MAIS MENTIRAS

Pessoas e pessoas. Isto é tudo. Quero dizer, QUASE tudo. Há pessoas que, em momentos de reflexão, viajam ao seu interior em meditação. Há também aquelas que, quando não têm mais nada a dizer, calam-se sabiamente. Outras já preferem preencher o espaço deixado pelo silêncio com alguma baboseira qualquer, sem nexo, mesmo (para eles, o que vale é ter opinião). Mas o grupo de pessoas que mais tem me intrigado é aquele composto por indivíduos que inventam mentiras para a autopromoção. Arrogância? Complexo de inferioridade? Terror inconsciente de ser visto como um membro da raça humana que sabe menos? A síndrome do pânico lhe invade as entranhas? Vejamos um pouco sobre este assunto.
De fato, o que me desperta mais e mais a curiosidade é o quão criativos são esses seres veiculadores de inverdades. A pessoa vai se especializando em mentir. Conta um caso aqui, acrescenta um ou dois tópicos à história - já parcialmente verdadeira - e vai desenvolvendo o tema enquanto houver platéia para o seu freak show. E isso me faz pensar: com essa inventividade toda, por que não dispendem seu tempo e energia em prol da criação de personagens e histórias fictícias para o cinema, teatro e televisão? Isso contribuiria - e muito - para o enriquecimento da cultura de maneira geral - ou não.
É também possível que as mentiras sejam inconscientemente um mecanismo de defesa social. Porém, de maneira consciente ou não, a mentira se torna compulsão em alguns casos. Esta tendência patológica é conhecida como MITOMANIA ou PSEUDOLOGIA FANTÁSTICA.
O mentiroso patológico se mantém em estado constante de alerta para competir com todos à sua volta e, por possuir baixa auto-estima, cria essas histórias fantásticas, geralmente dramáticas e sempre transmitindo a idéia de ser muito interessante, corajoso e inteligente.
Devido à aceitação das histórias inverossímeis, a personalidade do mitomaníaco vai tomando o lugar da personalidade original do indivíduo enquanto parte integrante da sociedade, uma vez que este acredita em suas próprias mentiras tanto quanto (ou mais do que) se elas fossem verdades. Nestes casos, o receptor da mensagem não possui embasamento para contestá-lo por se tratar de um ouvinte esporádico, mas com o passar do tempo, a convivência com um mentiroso patológico revela as lacunas existentes em suas histórias fantásticas ao ponto de serem consideradas grandes absurdos que afetam e interferem tanto na vida e no comportamento das pessoas portadoras da pseudologia fantástica quanto em seu meio social.

Abaixo, alguns itens relacionados ao Transtorno de Personalidade Anti-Social, retirados do site http://www.fiatpax.pro.br/ensaios/lying/lying.htm.

Características
• Sensação de poder e autoridade• Ausência de remorso• Indiferença aos sentimentos alheios• Comportamento inconsciencioso• Manipulação• Abuso de boa-fé• Tentativa de culpar sempre os outros• Frieza afetiva• Irresponsabilidade social• Incoerência na compreensão das coisas• Negligência quanto a obrigações• Desobediência a regras e normas• Irresponsabilidade

Sintomas Clínicos para Diagnóstico
• Incapacidade de seguir as normas sociais• Fingimento, personalidade manipuladora• Impulsividade, incapacidade de planejar• Irritabilidade, agressividade• Indiferença quanto à própria segurança e quanto à segurança dos outros• Irresponsabilidade sistemática• Ausência de remorso depois de haver magoado, maltratado, enganado ou roubado

P. S. Não sou psicólogo nem tampouco estudante de Psicologia; apenas me interesso de maneira informal por diversos temas desta área.



segunda-feira, 2 de junho de 2008

UM INÍCIL DIFÍCIO

"Fat, bald, repulsive..."
- Charlie Kaufman, personagem de Nicolas Cage no filme Adaptação.
Pois eu diria mais, prezado senhor: Fat, bald, repulsive, BROKEN AND DUMB!
É, acho que isso sintetiza bem o momento. De uns tempos pra cá, venho vivendo um constante processo de ignorantização. Não que isso tenha sido escolha minha (e eu tive escolha?), mas o pequenino mundo em que vivo me obriga a ser mais com menos - mais ignorante com menos dinheiro. Nem o meu cabelo quer mais a minha companhia! Estão, fio a fio, cometendo suicídio! Antes que eu perceba não vou mais poder fazer um corte no melhor do estilo moicano ou, se me tornar um fanático, igual a um monge franciscano.
Mas eu não vim falar disso, ora pois! Não hoje! O fato é que eu estou perdendo meu QI! Ele está escorrendo junto com a Dona Coriza, acho. Um vazamento que deve ser contido rapidamente. Só não sei como.
Ah, talvez eu o tenha perdido no (primeiro e único) ano em que cursei Administração de Empresas... foi neste período que me tornei o idiota capitalista, hipócrita e demagogo que sou (eu considero isso um avanço, mas pense o que quiser)!
Durante esse martírio, quero dizer, ano, não aprendi muita coisa - não por culpa de professores e conteúdo programático (bondade da minha parte); só comecei a aprender logo depois que percebi que para mim esse curso seria um barco furado - e pulei fora dele enquanto ainda restava um colete salva-vidas do meu tamanho. E isso, apesar da imensa quantidade de demagogia existente neste tipo de discurso, faz de mim uma pessoa com espírito de porco empreendedor.
Sabendo disso, deveria eu me candidatar a algum cargo público? Nah!... Prefiro minha patética e pacata existência assim, do jeito que é. Me tornei um cidadão comum, daquele tipo que só vai vivendo, sem expectativas. OK, sem problemas... Tudo aquilo que força minha vida a ser assim tem servido de lição para meu amadurecimento... Mas é melhor eu parar de amadurecer, senão daqui a pouco eu apodreço e caio do pé!
Bom, agora deixa eu ir lá ter algumas aulas de gramática pra não ofender os intelectuais que provavelmente não lerão este - e nenhum outro post.

P. S. Minha intenção aqui não é das melhores, pois não pretendo descobrir e publicar nenhuma cura, mas sim, corroer (isso mesmo, CORROER!) as situações cotidianas com acidez à la Stanley Kubrick (quanta pretensão!), sem a intenção de ofender qualquer um dos dois únicos leitores deste blog. Apesar de não mais dominar as técnicas da escrita, ainda resta uma chama de feeling acesa. Eu só preciso de uma chance. Conto com você(s)!